COMANDOS
Os Comandos nasceram no Exército Português como forças especiais de contraguerrilha.
A sua criação correspondeu à necessidade de o exército dispor de unidades especialmente adaptadas ao tipo de guerra que, em 1961, começou em Angola e que, depois, se estendeu à Guiné e a Moçambique, nomeadamente com capacidade para:
- realizar acções especiais em território português ou no estrangeiro;
- combater como tropas de infantaria de assalto;
- dotar os altos comandos políticos e militares de uma força capaz de realizar operações irregulares.
O primeiro objectivo que se pretendeu atingir foi o de constituir uma tropa especialmente preparada para as operações de contraguerrilha, mas os comandos portugueses participaram também em operações irregulares, com unidades especialmente organizadas para cada uma delas, e em operações de assalto, de características de guerra convencional, como aconteceu por vezes nos últimos anos de guerra, chegando a actuar com efectivos superiores a um batalhão, apoiados por artilharia e aviação.
A história dos comandos portugueses começou em 25 de Junho de 1962, quando, em Zemba, no Norte de Angola, foram constituídos os primeiros seis grupos daqueles que seriam os antecessores dos comandos. Para a preparação destes grupos foi criado o CI 21 - Centro de Instrução de Contraguerrilha, que funcionou junto do Batalhão de Caçadores 280, comandado pelo tenente-coronel Nave, e que teve como instrutor o fotógrafo e antigo sargento da Legião Estrangeira, o italiano Dante Vachi, com experiência das guerras da Argélia e da Indochina.
Os seis grupos preparados neste centro obtiveram excelentes resultados operacionais. Contudo, o comando militar em Angola decidiu reequacionar a instrução e a integração destas unidades na orgânica do Exército em 1963 e 1964, foram criados os Centros de Instrução 16 e 25 (CI 16 e CI 25), na Quibala (Angola). Surgiu então, pela primeira vez, a designação de comandos para as tropas aqui instruídas.
Em 13 de Fevereiro de 1964, iniciou-se na Namaacha (Lourenço Marques) o I Curso de Comandos de Moçambique e em 23 de Julho do mesmo ano, em Brá (Bissau), o I Curso de Comandos da Guiné.
Instrução - aquilo que distingue os comandos: Em Portugal, os comandos nasceram na guerra e para fazer a guerra. A instrução tinha o objectivo de prepará-los e obedecia a duas características - a prática e o realismo -, assentando em duas vertentes - a técnica de combate e a preparação psicológica.
Tudo isto tendo por base a selecção física e psíquica com padrões elevados, embora tivessem decrescido com o desenrolar da guerra.
A preparação psicológica para a guerra foi talvez o aspecto que mais distinguiu os comandos. O seu objectivo era transformar o homem em militar autodisciplinado, competente e eficaz em combate, apto a lutar em quaisquer situações e condições.
A componente psicológica era, porventura, a mais marcante da instrução, no pressuposto de que a sua principal arma era a própria vontade.
Para apurar o domínio da vontade sobre todos os instintos, a dureza física da instrução dos comandos atingia os limites das capacidades de resistência dos candidatos, pretendendo fazer de cada um o dono da sua vontade.
"Face ao risco, em contacto com mais dantescos espectáculos, em luta constante com o instinto na procura de sobrevivência, no angustioso desalento da fadiga, só uma vontade assente em poderosa envergadura moral pode resistir, vencendo. E só aqui se encontra efectivamente o homem que, senhor absoluto de uma vontade, pode, em imperativos de consciência, vergar e dominar a força de um instinto" (Panfleto de Acção Psicológica do Centro de Instrução de Comandos de Angola).
Organização: Na sua primeira fase, os comandos organizaram-se em grupos independentes a partir de voluntários dos batalhões de caçadores, constituindo as suas unidades de intervenção.
O sucesso destes grupos fez com que rapidamente passassem a ser utilizados à ordem dos comandantes-chefes e comandantes militares para a realização de operações especiais.
Organização dos grupos (tipo):
- Uma equipa de comando (um oficial, um radiotelegrafista, um auxiliar de enfermeiro-socorrista, dois atiradores);
- Três equipas de manobra (um sargento, quatro atiradores);
- Uma equipa de apoio (um sargento, um apontador de lança-foguetes, um municiador, dois atiradores).
Esta organização de um grupo a cinco equipas e cada equipa a cinco elementos sofreu adaptações, mas a célula-base, a equipa de cinco elementos, manteve-se durante toda a guerra.
O evoluir da guerra revelou a necessidade de maiores efectivos e de unidades autónomas, com capacidade para operar durante períodos mais longos e de se auto-sustentarem, razões que levaram à constituição de companhias de comandos.
A primeira foi formada em Angola e a sua instrução teve início em Setembro de 1964. O seu comandante, o capitão Albuquerque Gonçalves, recebeu o guião da unidade em 5 de Fevereiro de 1965. A segunda companhia teve como destino Moçambique, comandada pelo capitão Jaime Neves.
A organização e os princípios organizativos dos comandos portugueses, inspirados na Legião Estrangeira Francesa e nos pára-comandos Belgas, fundam-se em grande mobilidade e criatividade e em técnicas de combate para a contraguerrilha, muito bem definidas e capazes de suportar a inovação permanente.
A composição e a organização das companhias de comandos foram sempre adaptadas às circunstâncias e às situações, embora ao longo da guerra seja possível verificar dois modelos principais, que deram origem ao que se pode designar por companhias ligeiras e companhias pesadas.
As primeiras eram constituídas por quatro grupos de comandos, cada um com quatro subgrupos, com um efectivo de combatentes de 80 homens e reduzida componente de apoio de serviços. Estas companhias dispunham de pequena capacidade para se manter, de forma autónoma, durante longos períodos de tempo, pois destinavam-se a servir de reforço temporário a unidades em quadrícula, como forças de intervenção, e receberiam dessas os apoios necessários.
Nestas companhias privilegiava-se a mobilidade e a flexibilidade de utilização, inicialmente empregues na Guiné e em Moçambique.
As companhias pesadas tinham cinco grupos de comandos a cinco equipas, num total de combatentes de 125 homens, aos quais se juntava uma formação de pessoal de serviços de cerca de 80 efectivos, com médico, pessoal de comunicações, transportes, alimentação e enfermagem.
Outro tipo de organização foi ainda adaptado paras as companhias de comandos africanos, constituídas na Guiné e dotadas de militares metropolitanos à medida das necessidades, um pouco à semelhança do que as forças especiais americanas faziam no Vietname com os "advisers".
O evoluir da guerra, a necessidade que passou a existir de combater em unidades de elevados efectivos na Guiné e em Moçambique e de, por vezes em simultâneo, realizar acções especiais e irregulares, levou a que se criassem batalhões de comandos naqueles dois teatros de operações.
Esta função de unidade-mãe foi, em Angola e desde a sua fundação, desempenhada pelo Centro de Instrução de Comandos, que precisou também de se adaptar, separando a actividade de instrução e reunindo as unidades operacionais num aquartelamento no Campo Militar do Grafanil, perto de Luanda, embora sem nunca ter autonomizado por completo o emprego operacional sob um comando específico.
Como grandes unidades de comandos foram constituídos o Centro de Instrução de Comandos, de Angola, o Batalhão de Comandos da Guiné e o Batalhão de Comandos de Moçambique.
Embora o Centro de Instrução de Comandos de Angola fosse a casa-mãe e tenha sido nesse centro que se formou o núcleo principal da doutrina de emprego e da mística dos comandos da Guiné, também em Portugal foi criado um centro de comandos no Centro de Operações Especiais, em Lamego, que instruiu unidades mobilizadas para a Guiné e Moçambique.
Na sua história, os comandos foram formados em Zemba (Angola) a partir de 25 de Junho de 1962, em Quibala (Angola) desde 30 de Junho de 1963, em Namaacha (Moçambique) desde 13 de Fevereiro de 1964, em Brá (Guiné) desde 23 de Julho de 1964, em Luanda (Angola) a partir de 29 de Junho de 1965, em Lamego (Portugal) desde 12 de Abril de 1966 e em Montepuez (Moçambique) a partir de 1 de Outubro 1969. Após a guerra Colonial foram formados na Amadora (Portugal) desde 1 de Julho de 1974.
Estatística: Efectivos empenhados pelos comandos portugueses em operações activas: mais de 9000 homens (510 oficiais, 1587 sargentos e 6977 praças), que integraram 61 companhias.
Baixas em Combate:
- 357 mortos;
- 28 desaparecidos;
- 771 feridos.
Os comandos constituíram cerca de um por cento do conjunto de efectivos empenhados em toda a guerra colonial, mas o número dos seus mortos é de cerca de dez por cento do total de baixas; uma percentagem dez vezes superiores à das forças regulares.
Também é voz corrente que os comandos terão eliminado mais guerrilheiros e capturado mais armamento do que a restante tropa, e estas características fizeram deles os únicos a ganhar uma aura mística, que se prolongou para além do fim da guerra.
Os militares dos comandos receberam por feitos em combate as seguintes condecorações individuais:
- Ordem Militar da Torre e Espada - 12;
- Medalha de Valor Militar - 23;
- Medalha da Cruz de Guerra - 375.
LEMA: " A Sorte Protege os Audazes", retirado da Eneida, de Virgílio: "Audaces Fortuna Juvat".
Grito de Guerra: "Mama Sumae" - "Aqui Estamos, Prontos Para o Sacrifício!". Grito do bailundo (Homem de uma tribo BANTO do sul do Continente Africano) armado de lança contra o leão no ritual de passagem da adolescência à maturidade.
DIA DOS "COMANDOS" - 29 de Junho
1962 - São formados em ZEMBA (Angola) os primeiros 6 grupos de tropas do Exército Português, especialmente adaptadas à guerra que estava a decorrer no então Ultramar Português, tendo para o efeito sido criado, ao nivel da RMA, o Centro de Instrução 21 - Centro de Instrução Especial de Contra-Guerrilha.
1963 - Funcionam em QUIBALA (Angola) mais dois Centros de Instrução: o CI 16 e o CI 25 - aparecendo então, pela primeira vez, o nome de COMANDOS, para as tropas neles instruídas. Ali são formados 12 Grupos de Combate, destinados aos seus Batalhões de origem, onde passam a funcionar como Intervenção e desde logo se distinguiram nas suas acções.
1964 - A partir de Fev64 inicia-se na NAMAACHA (Moçambique) o 1ºCurso de Comandos de Moçambique.
1964 - Em Jul64 inicia-se em BRÁ (Guiné) o 1º Curso de Comandos da Guiné.
1965 - Passa a funcionar em LUANDA o Centro de Instrução de Comandos, criado por decreto-lei Nº 46410 de 29 de Junho 65, que formaria Companhias de Comandos durante 10 anos, com destino às RMA e RMM.
1966 - Em Abril, é criado em LAMEGO um novo CI, onde passam a ser formadas Companhias de Comandos para os TO's da Guiné e de Moçambique.
1969 - Em Julho, é criado em BISSAU (Guiné) o Batalhão de Comandos da Guiné, que passa a integrar todas as CompCMDS em actuação no CTIG e, simultaneamente , funciona como CI, onde são formadas e recompletadas as 1ª, 2ª e 3ª CompCMDS da Guiné .
1969 - Em 1 de Outubro, é criado em MONTEPUEZ (Moçambique) o Batalhão de Comandos, que passa a integrar todas as CompCMDS em actuação na RMM e, simultaneamente, opera como CI, onde são formadas nove CompCMDS com base em pessoal do recrutamento da Provincia.
1974 - Em 1 de Julho de 1974, forma-se na AMADORA, o Batalhão de Comandos Nº 11, onde são integradas ou formadas as seguintes Companhias de Comandos: 111 (2041), 112 (2042), 113 (4041), e 112/74.
1975 - Em 1 de Maio é criado o Regimento de Comandos que passa a englobar, na sua orgânica, um Batalhão de Comando e Serviços, um Batalhão de Instrução e dois Batalhões de Comandos: o BatCMDS 11 e o BatCMDS 12. Constituindo, por excelência, uma unidade operacional que, desde a sua criação, constituiu uma força de reserva à ordem do CEME.
1975 - Em, 25 de Novembro o Regimento de Comandos intervem vitoriosamente e de forma altamente meritória nos destinos político-militares de Portugal, consolidando em definitivo a democracia e a liberdade conquistada em 25 de Abril de 1974.
1976 - Nos diversos Centros de Instrução e até 1976, formaram-se um total de 67 Companhias de Comandos, que souberam sempre combater com determinação e valor, em todos os Teatros de Operações.
1977 - A partir de 1977, o RegCMDS começou a formar anualmente o efectivo correspondente a 6 Companhias, para recompletamento do Quadro Orgânico das suas Companhias de Comandos e ainda especialistas necessários ao preenchimento dos Quadros Orgânicos das suas subunidades de apoio de serviços.
1988 a 1991 – Registam-se acidentes mortais durante os Cursos de Comandos.
1993 - Extinção do Regimento de Comandos e encerramento dos Cursos de Comandos. De registar neste período de paz a participação em exercícios nacionais e estrangeiros, a enorme disciplina, garbo e eficácia dos “COMANDOS” portugueses. Curiosamente nos exercícios “PEGASOS” (Bélgica), foram a única força especial entre forças europeias e norte-americanas a concluírem as missões sem qualquer captura sofrida, angariando assim um enorme respeito e admiração.
1995 - Os militares “COMANDOS” no activo (Oficiais e Sargentos) são espalhados pelas Unidades do Exército Português.
1996 – O último Curso de Comandos é ministrado no CIOE em Lamego, apenas para graduados, um ano após o encerramento do Regimento de Comandos em virtude das solicitações de Angola e Moçambique, ao abrigo dos programas de Cooperação Técnico-Militar. É admirável a coragem dos Oficiais e Sargentos "COMANDOS" formados neste curso ao sujeitarem-se à enorme dureza do curso, e no final do mesmo não haver qualquer tipo de reconhecimento oficial. Estes homens apenas quiseram ser "COMANDOS". É notória a admiração e o respeito dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) pelos “COMANDOS”, os quais como se sabe, os teve em tempos como inimigos.
2002 – Em 16 de Setembro deu início o100º Curso de Comandos no Regimento de Infantaria nº1, na Serra da Carregueira, 9 anos após a extinção do Regimento de Comandos na Amadora.
O Coronel Jaime Neves serviu no Ultramar onde adquiriu justa fama de ser um oficial corajoso, criativo e com grandes capacidades de chefia, qualidades atestadas em missões operacionais. Militar, mas também e sobretudo, homem de guerra.
O Coronel Jaime Neves iniciou a sua carreira militar servindo na Índia Portuguesa. Em Angola, como capitão, comandou a Companhia 365 de Caçadores Especiais. Fez depois o curso de Comandos, também em Angola, e pertenceu à Segunda Companhia da qual farão parte como Alferes, José Gonçalves, Victor Ribeiro, futuros fundadores e Presidentes da Direcção da Associação de Comandos e homens com um papel muito importante em 1975, no 25 de Novembro.
Em Moçambique, Jaime Neves comandou a 28ª Companhia de Comandos e, mais tarde, quando este se constituiu, o Batalhão de Comandos de Moçambique. É precedido por este currículo que vai, a partir do Verão de 1974, comandar o Regimento de Comandos da Amadora, uma unidade chave e que se tornará mais importante, à medida que as sequelas militares do PREC - indisciplina, saneamentos políticos, promoções de aviário, manipulação ideológica dos soldados e graduados - vão tornando as unidades militares cada vez mais apaisanadas e por isso mesmo de pouca ou nenhuma confiança, em termos de cumprimento da sua missão principal - a defesa da pátria, da sua independência e da sua liberdade.
Oficial patriota, Jaime Neves colaborou por algum tempo com o MFA, mas foi-se afastando à medida que se acentuaram no movimento, como dominantes, as linhas de radicalização esquerdistas e anti-nacional, através da aliança progressiva com o PCP e de uma descolonização irresponsável e vergonhosa, quer para os interesses portugueses quer para os interesses das populações dos territórios então descolonizados. Já no 28 de Setembro, Jaime Neves tinha o seu pessoal pronto e preparado, para fazer cumprir a lei. E teria sem dúvida removido as barricadas comunistas, caso para tal tivesse recebido ordens ou instruções de quem de direito. Que nunca chegaram.
Durante 1975, procurou fazer do Regimento de Comandos, uma boa unidade militar, enquadrada por oficiais e quadros com experiência militar de combate em África e com espírito de patriotismo, lealdade e camaradagem. O que não era fácil nesta época, em que, bem pelo contrário, algumas unidades militares se transformaram em bandos ou clientelas partidárias armadas.
Mas conseguiu-o. Deste modo, quando a resistência popular, iniciada no Norte do País, se foi estendendo para o Sul, intimidando o Partido Comunista e os radicais do MFA e fazendo-os pensar duas vezes nas hipóteses de êxito do assalto comunista ao poder, o Regimento de Comandos funcionou como uma ponta de lança, firme e forte, de resistência nacional, na área de Lisboa.
Jaime Neves desempenhou um papel fundamental ao longo do Verão de 1975, não só mantendo os Comandos como uma força disciplinada e não tocada pelo radicalismo subversivo, como estabelecendo, com os elementos da então criada Associação de Comandos, uma boa articulação que vai permitir através das duas companhias de antigos militares, "convocados", constituir uma força experimentada que actuará, decisivamente, no 25 de Novembro.
11 de Março de 1975
Divisões profundas entre oficiais do MFA. A ala spinolista é levada a tentar um golpe de estado. Insurreição na Base Aérea de Tancos e ataque aéreo ao Quartel do RAL1. Fuga para Espanha do General Spínola e outros oficiais. Reforço da capacidade de intervenção do COPCON chefiado por Otelo Saraiva de Carvalho.
12 de Março de 1975
São extintos a Junta de Salvação Nacional e o Conselho de Estado e em sua substituição é criado o Conselho de Revolução. O Governo dá início à execução de um grande plano de nacionalizações (Banca, Seguros, Transportes etc...).
26 de Março de 1975
Tomada de Posse do IV Governo Provisório, chefiado por Vasco Gonçalves.
11 de Abril de 1975
Plantaforma de acordo MFA/Partidos assinada por CDS, FSP, MDP, PCP, PPD, PS. O acordo visava o reconhecimento, por parte dos partidos, da necessidade de se manter a influência do MFA na vida política do país por um período de transição de três a cinco anos o qual terminaria por intermédio de uma revisão constitucional.
25 de Abril de 1975
Eleições para a Assembleia Constituinte com uma taxa de participação de 91,7%. Resultados dos Partidos com representação parlamentar: PS 37,9%; PPD 26,4%; PCP 12,5%; CDS 7,6%; MDP 4,1%; UDP 0,7%.
19 de Maio de 1975
Início do chamado Caso República . Raul Rêgo é afastado da direcção do jornal pelos trabalhadores, acusado de ter tornado o República no órgão oficioso do Partido Socialista.
25 de Maio de 1975
Ocupação pelos trabalhadores das instalações da Rádio Renascença, propriedade do Episcopado.
6 de Junho de 1975
Em Ponta Delgada realiza-se a primeira manifestação pública da Frente de Libertação dos Açores (FLA). Este movimento sem grande expressão e peso político reivindicava a autodeterminação dos Açores.
25 de Junho de 1975
Independência de Moçambique.
Julho de 1975
Reagindo ao curso dos acontecimentos e à situação criada no jornal República o Partido Socialista desencadeia manifestações de massas - a maior das quais foi a da Fonte Luminosa, abandonando o Governo em 16 de Julho. O Partido Popular Democrático segue-lhe o exemplo. Iniciam-se as diligências para a formação de novo Governo.
5 de Julho de 1975
Independência de Cabo-Verde.
8 de Julho de 1975
MFA divulga o Documento "Aliança POVO/MFA. Para a construção da sociedade socialista em Portugal."
12 de Julho de 1975
Independência de S. Tomé e Príncipe.
13 de Julho de 1975
Assalto à sede do PCP em Rio Maior. Têm aqui início uma série de acções violentas contra as sedes de partidos e organizações políticas de esquerda, registadas por todo o país mas com maior intensidade no Norte e Centro. Esta onda de violência conotada com as forças conservadoras ficou conhecida por Verão Quente.
27 de Julho de 1975
Fuga de 88 agentes da ex-PIDE/DGS da prisão de Alcoentre.
30 de Julho de 1975
É criado no Conselho da Revolução o Triunvirato que passa a orientá-lo. Constituem-no Vasco Gonçalves, Costa Gomes e Otelo.
7 de Agosto de 1975
É divulgado o Documento Melo Antunes, apoiado pelo Grupo dos Nove, um grupo de militares que representava a facção moderada do MFA, e que se opõem às teses políticas do Documento Guia Povo/MFA apresentado em 8 de Julho.
8 de Agosto de 1975
Tomada de posse do V Governo Provisório, chefiado por Vasco Gonçalves.
10 de Agosto de 1975
Melo Antunes e apoiantes são afastados do Conselho da Revolução.
12 de Agosto de 1975
Aparecimento do "Documento do COPCON", em contraposição ao "Documento dos Nove", e reforçando a ideia de ser atribuído um papel político relevante às Assembleias Populares (democracia de base).
30 de Agosto de 1975
Vasco Gonçalves é demitido do cargo de Primeiro Ministro. Iniciam-se as negociações para a formação do VI Governo Provisório, PS/PPD/PC.
10 de Setembro de 1975
Desvio de 1000 espingardas automáticas G3 do DGM 6 em Beirolas.
11 de Setembro de 1975
Manifestação dos SUV no Porto, numa tentativa de criar no seio das Forças Armadas uma zona de influência adepta do Poder Popular de Base como advogavam alguns partidos da chamada esquerda revolucionária.
19 de Setembro de 1975
Tomada de posse do VI Governo Provisório, chefiado por Pinheiro de Azevedo.
21 e 22 de Setembro de 1975
Agudiza-se a luta política nas ruas: manifestação dos Deficientes das Forças Armadas com ocupação de portagens de acesso a Lisboa e tentativa de sequestro do Governo. Prosseguem as nacionalizações: SETENAVE e Estaleiros de Viana do Castelo.
25 de Setembro de 1975
Nova manifestação dos SUV em Lisboa. Na intenção de retirar poderes ao COPCON o Governo cria o AMI - Agrupamento Militar de Intervenção.
26 de Setembro de 1975
O Governo decide retirar ao COPCON "os poderes de intervenção para restabelecimento da ordem pública".
27 de Setembro de 1975
Manifestantes de partidos de esquerda assaltam e destroem as instalações da Embaixada de Espanha como medida de protesto contra a execução pelo garrote de cinco nacionalistas bascos, decidida pelo governo ditatorial do Generalíssimo Franco.
15 de Outubro de 1975
O Governo manda selar as instalações da Rádio Renascença, ocupada desde Maio pelos trabalhadores. Mas a ocupação mantém-se.
7 de Novembro de 1975
Por ordem do Governo, o recém criado AMI, faz explodir os emissores da Rádio Renascença.
Confrontos violentos na região de Rio Maior entre representantes das UCP's e Cooperativas Agrícolas da Zona de Intervenção da Reforma Agrária (ligadas ao sector do trabalhadores rurais) e representantes da CAP - Confederação de Agricultores Portugueses, instituição ligada aos interesses dos proprietários agrícolas.
11 de Novembro de 1975
Independência de Angola.
12 de Novembro de 1975
Manifestação de trabalhadores da construção civil cerca o Palácio de S.Bento sequestrando os deputados.
15 de Novembro de 1975
Juramento de bandeira no RALIS - os soldados quebram as normas militares que regulamentam os juramentos de bandeira e fazem-no de punho fechado.
20 de Novembro de 1975
O Conselho da Revolução decide substituir Otelo Saraiva de Carvalho por Vasco Lourenço no comando da Região Militar de Lisboa.
O Governo anuncia a suspensão das suas actividades alegando "falta de condições de segurança para exercício do governo do país".
Manhã de 25 de Novembro de 1975
Na sequência de uma decisão do General Morais da Silva, CEMFA, que dias antes tinha mandado passar à disponibilidade cerca de 1000 camaradas de armas de Tancos, paraquedistas da Base Escola de Tancos ocupam o Comando da Região Aérea de Monsanto e seis bases aéreas. Detêm o general Pinho Freire e exigem a demissão de Morais da Silva. Este acto é considerado pelos militares ligados ao Grupo dos Nove como o indício de que poderia estar em preparação um golpe de estado vindo de sectores mais radicais, da esquerda. Esses militares apoiados pelos partidos políticos moderados PS e PPD, depois do Presidente da República, General Francisco da Costa Gomes ter obtido por parte do PCP a confirmação de que não convocaria os seus militantes e apoiantes para qualquer acção de rua, decidem então intervir militarmente para controlar inequivocamente o destino político do país. Assim:
Tarde de 25 de Novembro de 1975
Elementos do Regimento de Comandos da Amadora cercam o Comando da Região Aérea de Monsanto.
Noite de 25 de Novembro de 1975
O Presidente da República decreta o Estado de Sítio na Região de Lisboa. Militares afectos ao governo, da linha do Grupo dos Nove, controlam a situação.
Prisão dos militares revoltosos que tinham ocupado a Base de Monsanto.
26 de Novembro de 1975
Comandos da Amadora atacam o Regimento da Polícia Militar, unidade militar tida como próxima das forças políticas de esquerda revolucionária. Após a rendição da PM, há vítimas mortais de ambos os lados.
Prisões dos militares revoltosos.
27 de Novembro de 1975
Os Generais Carlos Fabião e Otelo Saraiva de Carvalho são destituídos, respectivamente, dos cargos de Chefe de Estado Maior do Exército e de Comandante do COPCON.
O General António Ramalho Eanes é o novo Chefe de Estado Maior do Exército.
Por decisão do Conselho de Ministros a Rádio Renascença é devolvida à Igreja Católica.
28 de Novembro de 1975
O VI Governo Provisório retoma funções. O Conselho de Ministros promete o direito de reserva aos donos de terras expropriadas.
7 de Dezembro de 1975
A Indonésia invade e ocupa o território de Timor.
Regimento de Comandos da Amadora
ORegimento de Comandos criado em 1 de Maio de 1975, por despacho Nº 30/REO de S. Exa, o General Chefe do Estado - Maior do Exercito, comfirmado pelo ( Decreto - Lei Nº 181 / 77 de 4 Maio), sendo graduado no posto de Coronel , o então Comandante do BCMDS 11 Major Inf"CMD" Jaime Alberto Gonçalves das Neves.
O RCMDS, à data da sua criação, engloba, não só o Comando e Estado Maior.
O Batalhão de Comandos e Serviços (BCS) a três Companhias:
A Companhia de Comando (CC);
A Companhia de Serviços (CS);
A Companhia de Transportes e Manutenção (CTM);
O Batalhão de Comandos Nº 11 (BCMDS) a Três Companhias:
A Companhia de Comandos 111
A Companhia de Comandos 112
A Companhia de Comandos 113
O Batalhão de Instrução (BINSTR) a duas Companhias:
A 1ª Companhia de Instrução (1ªCI) destinada ao Curso de Comandos;
A 2ª Companhia de Instrução (2ªCI) destinada à Formação de Especialidades;
A 10 de Outubro de 1975, dá-se inicio à convocação de Militares na Disponibilidade, nos termos do Decreto-Lei Nº 577 / A/ 75 de 8 de Outubro, que Formariam as Companhias de Comandos Nº 121 e a 122 do Batalhão de Comandos 12. No inicio de 1976 é criada a Compania de Comandos Nº 123 ( Pesada )que também faria parte do Batalhão de Comandos 12.
A CCmds 123 foi extinta em 1982, sendo mais tarde criada, em sua substituição, a CCmds 131, também de armas pesadas. Neste batalhão foi também integrada a Companhia de Comandos REDES (Reconhecimento e Destruição); * Companhia de Comandos 131 (pesada), companhia de armas pesadas criada em 1982, a partir da CCmds 123 então extinta, como subunidade inicial do que seria o futuro Batalhão de Comandos Nº 13, o qual nunca foi activado.
A companhia manteve-se independente até ser subdividida em CCmds 114 e CCmds 124 para integrarem os BCmds 11 e BCmds 12 respectivamente.
Sendo por Excelência uma Unidade Operacional, O Regimento de Comandos constituiu uma Força de Reserva à Ordem do General do Estado-Maior do Exército.
O Regimento de Comandos é Extinto em 1 de Outubro de 1995.
Os Comandantes do Regimento de Comandos Foram:
O Exmo: Cor.Inf. " CMD" Jaime Alberto Gonçalves das Neves
( Foi o Comandante em quanto eu era Instruendo )
O Exmo: Cor.Art. " CMD" Julio Faria Ribeiro de Oliveira
( Foi o Meu Comandante após o Juramento da Bandeira )
O Exmo: Cor.Inf. " CMD" José de Almeida Pinho Bandeira
O Exmo: Tcor ,Inf. " CMD" José Manuel Glória Belchior
O Exmo: Cor. Inf. " CMD" Raul Folques
O Exmo: Cor.Inf. " CMD" Rui Antunes Tomás
O Exmo: Cor.Inf. " CMD" Arnaldo José Ribeiro da Cruz
O Exmo: Cor.Inf. " CMD" Rogério Coutinho Ferreira